Itapemirim

Histórico de Itapemirim

Espírito Santo- ES

No fim do século XVII, a região do Baixo Itapemirim, habitada por índios goitacasses, mais tarde aproveitados pelos primeiros colonos no cultivo de cana-de-açúcar, já era palmilhada pela gente de Guarapari e pelos frades da Companhia de Jesus, que oficiavam na igreja de Nossa Senhora das Neves, da Muribeca (muru-pecu) (mantimento farto), construída no centro da planície próxima ao rio Itabapoana. Todos, à procura das minas do castelo, afamadas pelo ouro aluvional que se dizia nelas existir em profusão.

Em princípios de 1700, radicaram-se na região do Baixo Itapemirim, vindos da Bahia atraídos pela intensa propaganda feita por Francisco Gil, seu herdeiro Manoel Garcia Pimentel e pelos sucessores deste Domingos de Freitas Bueno Caxanga e Pedro Silveira, dando início à cultura de cana de açúcar. Teriam encontrado já alguns colonos, remanescentes de mais antigo colonizador do século XVI. A fazenda e engenho fundados pela família Freitas Bueno Caxanga na zona do Tramirim indígena (nas imediações do porto fluvial, ainda hoje conhecido por "porto do Caxanga", breve o núcleo de um nascente povoado do Caxanga, como se faria conhecido, foi nascedouro da futura Vila e atual Cidade de Itapemirim.

À família Caxanga, sucederam, na posse dessas terras cujo domínio se estenderia, com o tempo, sobre as margens do Itapemirim, primeiro o sargento-mor Inácio Pedro Cacunda e, depois, em desbravamento da região. Ampliaram o engenho já existente, fundaram outro no lugar denominado Belo (depois, fazendinha) e edificaram capela sob o orago de Nossa Senhora do Patrocínio, que serviu de matriz à freguesia, depois Vila, de 1769 até 1825. A esse tempo, já existia a rústica capela, erigida pelos primeiros proprietários e votada a Nossa Senhora do Amparo, padroeira do atual município, que da matriz de 1825 a 1855, ano em que foi a nova matriz (Nossa Senhora do Amparo), levantada pelo missionário Frei Paulo Antônio Casanovas.

Do núcleo que se radicou do Baixo Itapemirim, porto marítimo e bairro da cidade. À sua chegada, os retirantes do Castelo (Alto Itapemirim) já encontraram o povoado de Caxanga, fundado há várias décadas e dinamizado pelo trabalho das famílias Caxanga, Cacunda, Carneiro e Bueno. Administrativamente, a Vila e a Barra formam hoje uma só cidade, embora sua origem e tradições diferentes as mantivessem, sem como núcleos sociais distintos.

Entre 1789 e 1790, Baltasar Carneiro vendeu sua fazenda de açúcar, a chamada ?Fazendinha?, ao capitão Tavares de Brum, proprietário já de extensa área à margem norte do Itapemirim (sogro do sargento-mor Joaquim Marcelino da, Silva Lima, depois Barão de Itapemirim). Para sua maior segurança, Tavares de Brum requereu e obteve, em 1814, do Governo de Portugal, carta de sesmaria para a nova propriedade.

Nossa Senhora do Patrocínio para Itapemirim alterado por alvará de 27-06-1815. A origem topônimo Itapemirim, dado ao rio e, depois, e à Vila, hoje cidade, prende-se à presença constante de pontões da cadeia da Mantiqueira. Destacam-se, ali o imponente Itabira e, um pouco a nordeste, os picos do Frade e da Freira, sugerindo na mente dos primitivos habitantes a idéia de pedra, Ita (pedra) e, assim, a cachoeira formada pelo leito rochoso do rio; pé (caminho), o trajeto a percorrer por via terrestre, face ao obstáculo; e mirim, a pequena extensão do caminho até a curva do rio.

Gentílico: itapemirinense

Formação Administrativa

Freguesia criada com a denominação da Nossa Senhora do Patrocínio, por carta Régia de 1771. Subordinado a Vila de Guarapari.

Elevado à categoria de vila com a denominação de Itapemirim, por Alvará de 27-07-1815. Desmembrado Vila de Guapemirim. Sede na vila de Itapemirim. Constituído do distrito sede. Instalado em 09-08-1816.

Pela lei provincial nº 03, de 07-07-1853, é criado o distrito de Barra de Itabapoana e anexado ao município de Itapemirim.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 2 distritos: Itapemirim e Barra do Itabapoana.

Pela lei estadual nº 1657, de 08-10-1927, é criado o distrito de Frade e anexado ao município de Itapemirim.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 3 distritos: Itapemirim, Barra do Itabapoana e Frade.

Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-12-1936 e 31-12-1937.

Pelo decreto-lei estadual nº 15177, de 31-12-1943, o distrito de Frade passou a denominar-se Itapecoá.

No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 3 distritos: Itapemirim, Barra de Itabapoana e Itapecoá ex-Frade.

Pela lei estadual nº 265, de 22-10-1949, o distrito de Barra de Itabaporana passou a denominar-se Batalha.

Em divisão territorial datada de 01-07-1955, o município é constituído de 3 distritos: Itapemirim, Batalha ex-Barra de Itabapoana e Itapecoá.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 01-07-1960.

Pela lei estadual nº 1918, de 30-12-1963, desmembra do município de Itapemirim

o distrito de Batalha. Elevado à categoria de município com a denominação de Presidente Kennedy.

Pela lei estadual nº 1885, de 27-12-1963, é criado o distrito de Rio Muqui e anexado ao município de Itapemirim.

Em divisão territorial datada de 31-12-1963, o município é constituído de 3 distritos: Itapemirim, Itapecoá e Rio Muqui.

Pela lei estadual nº 3607, de 13-12-1983, é criado o distrito de Itaipava e anexado ao município de Itapemirim.

Em divisão territorial datada de 18-07-1988, o município é constituído de 4 distritos: Itapemirim, Itaipava, Itapecoá e Rio Muqui. Pela lei nº ,1075/90, é criado o distrito de Nova Canaan e anexado ao município de Itapemirim.

Em divisão territorial datada de 01-06-1995, o município é constituído de 5 distritos: Itapemirim, Itaipava, Itapecoá, Nova Canaan e Rio Muqui.

Em divisão territorial datada de 15-07-1997, o município é constituído de 4 distritos: Itapemirim, Itaipava, Itapecoá e Rio Muqui.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

Alteração toponímica distrital

Nossa Senhora do Patrocínio para Itapemirim alterado, por alvará de 27-07-1813.

Fonte: IBGE